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Quando a luz toca a alma

por @adrianocescani

Há lugares que parecem feitos para acalmar a pressa. Para nos lembrar de que ainda é possível se deslumbrar. Eu vivi isso numa noite da Serra Gaúcha, mas cheia de calor — o tipo de calor que não vem do sol, mas do encantamento, da companhia boa e da luz que toca a alma de dentro pra fora.

Faltavam poucos dias para a abertura oficial do Lumni Gramado, um novo parque temático que promete mudar a forma como a gente vivencia as noites de Gramado. E eu fui um dos privilegiados a conhecer tudo antes das multidões — com tempo para caminhar, observar e deixar cada luz acesa ali me atravessar com delicadeza.

Já vi muita luz decorativa na vida, já vivenciei shows de Natal, festivais de inverno, jardins floridos. Mas ali, naquela imensidão de mais de 12 hectares, no interior da Linha Tapera, era como se tudo tivesse sido desenhado para nos conduzir de volta ao encantamento. Como se cada lâmpada soubesse exatamente onde brilhar para emocionar.

O campo iluminado, o jardim das tulipas que parecem dançar com a brisa, o túnel de luzes que nos abraça em silêncio — tudo tem um ritmo suave, quase meditativo. É como caminhar dentro de uma canção tranquila, daquelas que tocam na alma e desaceleram o pensamento. A beleza mora no detalhe. E aqui, cada detalhe foi feito para tocar quem passa.

A companhia era daquelas que transforma qualquer passeio em lembrança boa: pessoas queridas, daquelas que sabem apreciar o silêncio com a mesma intensidade de uma conversa boa. Caminhamos sem pressa, rimos, nos emocionamos. Havia uma magia pairando sobre tudo. Talvez pela luz, talvez pela intenção — mas mais ainda pelo sentimento de estar ali, inteiro, presente.

Não sei se foi o frio leve da serra, o cheiro de grama úmida ou o céu que começava a escurecer lentamente, mas em certo momento senti que o tempo tinha desacelerado. E isso, hoje em dia, é um luxo raro.

Lumni Gramado não é só um parque. É uma experiência sensorial que envolve luz, natureza e um certo encantamento infantil que a gente, adulto que é, vive tentando reencontrar. Ali, ele aparece. Sem esforço. A beleza não grita. Ela sussurra. E é nesse sussurro que a gente sente que viveu algo especial.

Gramado, com seus cenários cinematográficos, sempre teve vocação para o encantamento. Mas ali, na Linha Tapera, nasceu algo diferente. Algo que não depende de data, nem de estação do ano. Algo feito para ser vivido com calma, com afeto, com todos os sentidos.

Quando voltamos, a noite ainda estava viva. Mas dentro de mim, algo já era memória. Daquelas que ficam. Como um quadro iluminado, uma conversa boa ou um abraço no momento certo.

E talvez seja isso o bem viver: estar inteiro onde se está, permitir-se sentir, emocionar-se sem pressa e guardar os momentos que brilham — como quem guarda uma luz dentro do peito.

📍 Lumni Gramado
Aberto a partir de 07 de junho de 2025
⏰ Das 18h às 00h
📲 @lumni.gramado

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