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Educar para o afeto: projeto leva respeito e diversidade para escolas gaúchas

Em um mundo cada vez mais veloz e exigente, encontrar espaços de acolhimento é, mais do que nunca, um respiro necessário para o bem viver. E se esses espaços forem criados dentro das escolas, onde tantas identidades estão em formação, o impacto pode ser ainda mais profundo. O projeto Educar Colorido, que estreia agora em junho — mês da visibilidade LGBTQIAPN+ —, nasce com essa proposta: transformar o ambiente escolar em um lugar de escuta, empatia e pertencimento.

A iniciativa chega às escolas públicas de Porto Alegre, Canoas e Cachoeirinha com uma programação gratuita voltada a alunos e professores do ensino médio. A proposta é conversar sobre diversidade sexual e de gênero por meio da arte, do diálogo e de atividades educativas que despertam a consciência coletiva e o respeito mútuo.

“Educar Colorido é um convite para olharmos com mais empatia para quem está ao nosso lado. A escola precisa ser um espaço de afeto, escuta e liberdade, onde todos se sintam pertencentes.”
Juliana Barros, idealizadora do projeto

O projeto foi aprovado no edital Cultura e Educação da SEDAC PNAB RS e será realizado até setembro, com apresentações teatrais, oficinas formativas, rodas de conversa e a distribuição de uma cartilha especialmente elaborada para orientar alunos e professores.

Teatro como ponte de diálogo

O ponto de partida é o espetáculo “Terapia Colorida – #TudoJunto&Misturado”, que usa o humor para tratar temas importantes de maneira leve, acessível e sensível ao universo jovem. Ao final de cada apresentação, os estudantes são convidados a participar de um bate-papo, abrindo espaço para compartilhar vivências e refletir sobre o ambiente escolar.

A primeira escola a receber o projeto será a Julio de Castilhos, em Porto Alegre, no dia 11 de junho, com sessão teatral seguida por um seminário sobre direitos e acolhimento à população LGBTQIAPN+.

Oficinas que acolhem, formam e inspiram

Além das apresentações artísticas, o Educar Colorido promove oficinas voltadas para alunos e professores, conduzidas por especialistas de diferentes áreas. O objetivo é criar espaços de escuta ativa, letramento e empoderamento por meio da educação.

Para professores:

  • “Abordagem sobre Sexualidade e Gênero para um Ambiente Escolar Mais Acolhedor”
    Com Marina Reidel — Arte-educadora e professora na Fundarte e na Escola Julio de Castilhos. A oficina propõe rodas de conversa e construção de práticas pedagógicas inclusivas.

  • “Educação, Sexualidade e Relações de Gênero”
    Com Vinicius Pasqualin — Doutor em Educação e professor de Psicologia. Dinâmicas, vídeos e materiais interativos ajudam a fomentar o debate sobre diversidade dentro da sala de aula.

Para alunos:

  • “Improvisação Teatral e Escrita Criativa”
    Com Juliana Barros e Renato Santa Catharina — Um convite para que os jovens expressem suas histórias e sentimentos por meio da arte.

  • “Workshop: Entendendo a Diversidade Sexual e de Gênero”
    Com Vinicius Pasqualin — Atividades práticas que promovem empatia e compreensão sobre identidade, sexualidade e respeito.

Para toda a comunidade escolar:

  • Seminário “Direitos e Acolhimento à População LGBTQIAPN+”
    Com Diego Cândido — Advogado e especialista em Direito LGBT+, que apresenta os direitos garantidos por lei e os desafios enfrentados diariamente por essa população no Brasil.

Informação que acolhe

Uma das ações centrais do projeto é a distribuição da cartilha Educar Colorido, que aborda temas como identidade, saúde emocional, preconceito, direitos e canais de apoio à população LGBTQIAPN+. De forma acessível e afetuosa, o material reforça que cada pessoa tem o direito de ser quem é — com dignidade, liberdade e afeto.

A cartilha também apresenta dados alarmantes: o Brasil segue sendo o país que mais registra mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no mundo. Só em 2023, foram mais de 250 casos. No ambiente escolar, 73% dos estudantes LGBTQIAPN+ afirmam já ter sofrido violência ou discriminação, segundo a ONG Ação Educativa. Esses números reforçam a urgência de políticas públicas que promovam a escuta e o respeito desde a infância e adolescência.

Mais do que combater o preconceito, o projeto aposta na construção coletiva de uma cultura de paz e respeito. E faz isso pela via do diálogo, da arte e da educação transformadora.

Educação é também cuidado

Cuidar da saúde emocional dos jovens é também cuidar do futuro coletivo. Ao proporcionar momentos de escuta, afeto e expressão, o Educar Colorido transforma salas de aula em territórios de acolhimento e protagonismo. Num tempo em que muitos ainda se sentem à margem, o projeto vem como um lembrete: todo mundo merece ser visto, respeitado e celebrado por quem é.

 Instagram: @educarcolorido

Fonte: C2 Comunica Foto: Egon Carlos

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