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Cecilia, Antonio e eu: memórias que celebram raízes e histórias

Reconectar-se com nossas origens é uma forma de encontrar equilíbrio, resgatar memórias e fortalecer nossa identidade. Ao revisitarmos histórias familiares, somos convidados a refletir sobre o caminho que nos trouxe até aqui e, de alguma forma, entendemos um pouco mais sobre nós mesmos. Foi com esse espírito que a jornalista Rosane Tremea decidiu recriar a trajetória de seus bisavós italianos no livro “Cecilia, Antonio e eu”, da Editora Casa de Astérion, lançado justamente no ano em que o Rio Grande do Sul celebra os 150 anos da imigração italiana.

A obra de 181 páginas, que marca a estreia de Rosane como autora, é fruto da dissertação de mestrado em Escrita Criativa pela PUCRS. Mais do que um resgate histórico, o livro é uma narrativa afetiva, carregada de emoção e pertencimento. O ponto de partida é a jornada de Cecilia Suzanna e Antonio Tremea, bisavós paternos da autora, que chegaram ao Brasil em 1883, vindos da Itália. A partir de registros escassos, documentos familiares e algumas fotografias, Rosane reconstrói a saga desse casal que, como tantos outros imigrantes, precisou se reinventar em terras desconhecidas.

Uma história que ecoa em muitos corações

Quem tem raízes italianas no Rio Grande do Sul ou em qualquer parte do Brasil certamente encontrará no livro uma conexão imediata. A narrativa traz consigo o desafio de se estabelecer em um novo país, com uma língua diferente e costumes distintos. Naquela época, a busca por um futuro melhor passava pelo trabalho árduo na roça, pelas tradições trazidas na bagagem e pela esperança de criar raízes em um solo que, aos poucos, se tornaria lar.

O livro cobre um período que vai da chegada dos imigrantes, em 1883, até 1899, ano da morte de Cecilia, após ter dado à luz 11 filhos. Cada registro de nascimento dos filhos ganha espaço na narrativa, envolvendo pequenos conflitos entre Antonio e o escrivão, além de retratar o cotidiano da colônia, os desafios do trabalho e as trocas culturais que marcaram os primeiros anos em solo gaúcho.

Entre a memória e a ficção

Além da recriação histórica, a obra também traz uma última parte com caráter autoficcional, em que Rosane narra a missão que recebeu do pai: contar a história dos bisavós. É nessa busca que ela encontra inspiração para dar vida aos personagens e preencher lacunas com sentimentos e imaginação. Esse toque pessoal faz com que o livro não seja apenas um documento histórico, mas um convite à reflexão sobre nossas próprias trajetórias e sobre como guardamos as memórias de quem nos precedeu.

O poder da narrativa afetiva

A leitura de “Cecilia, Antonio e eu” desperta um olhar mais humano sobre a trajetória dos imigrantes que ajudaram a construir o Rio Grande do Sul. Através dos olhos da autora, revisitamos os desafios enfrentados por essas famílias e entendemos o quanto a força coletiva e os laços comunitários foram fundamentais para a construção de uma identidade cultural que ainda hoje pulsa forte nas tradições italianas do estado.

Resgatar a história de nossos antepassados é mais do que olhar para o passado: é valorizar quem somos e as raízes que nos sustentam. No ano em que o Rio Grande do Sul celebra os 150 anos da imigração italiana, o livro de Rosane Tremea vem como um presente, que nos relembra de onde viemos e como a memória nos ajuda a seguir em frente.

Serviço

  • O quê: Lançamento do livro “Cecilia, Antonio e eu”

  • Quando: 17 de maio de 2025 (sábado), às 16h

  • Onde: Salão Reale da Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul (Rua João Teles, 317, bairro Bom Fim, Porto Alegre)

  • Programação: Bate-papo com o professor Antonio de Ruggiero (PUCRS) e sessão de autógrafos

  • Instagram: @rosanetremea

  Fonte e foto: Rosane Tremea

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