Cuidar da saúde também é conhecer quem somos — nas histórias que herdamos, nos caminhos que percorremos e até mesmo no que nos forma biologicamente. É com esse olhar integrativo, que une ciência e bem-estar, que um estudo histórico acaba de revelar algo extraordinário: a complexa e fascinante diversidade genética do povo brasileiro.
Publicado na prestigiada revista Science, o trabalho reúne mais de 30 instituições de pesquisa do país e sequenciou os genomas de 2.723 brasileiros de todas as regiões, revelando mais de 8 milhões de variantes genéticas inéditas. A pesquisa mostra como nossa ancestralidade — indígena, africana e europeia — influencia não só quem somos, mas também como cuidamos da nossa saúde.
“É um marco não apenas para a genética brasileira, mas para o reconhecimento internacional da nossa ciência”,
destaca a geneticista Maria Cátira Bortolini, professora da UFRGS e uma das autoras do estudo, na foto.
Com dados de pessoas de áreas urbanas, rurais e ribeirinhas, o estudo abre portas para uma medicina de precisão mais justa, diversa e adaptada à realidade brasileira. Compreender essa pluralidade genética é essencial para criar políticas de saúde mais eficazes e tratamentos que respeitem nossas diferenças.
Além disso, o trabalho chama atenção para a necessidade de incluir populações miscigenadas nos bancos genômicos globais, promovendo uma ciência mais inclusiva e conectada com o mundo real.
Mais do que um avanço científico, é um passo importante para um futuro onde saúde e identidade caminham juntas — com mais equidade, humanidade e bem viver.
Fonte: Evidência Press Foto: arquivo pessoal
